Quebrando Barreiras: Superação De Estigmas Sobre Lar De acolhimento

O lar de acolhimento é uma forma de proteção social que visa garantir o direito à convivência familiar e comunitária de crianças e adolescentes que estão em situação de vulnerabilidade ou risco pessoal e social.  No Brasil, existem cerca de 47 mil crianças e adolescentes vivendo em 5.154 instituições de acolhimento, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)  

No entanto, muitas pessoas ainda têm uma visão negativa ou preconceituosa sobre essa forma de cuidado, associando-a a um lugar de abandono, violência, marginalização ou falta de oportunidades. Esses estigmas podem afetar a autoestima, a identidade e o desenvolvimento das crianças e adolescentes acolhidos. Bem como dificultar o seu processo de reintegração familiar ou adoção. 

Por isso, é preciso quebrar as barreiras e superar os estigmas sobre o lar de acolhimento, reconhecendo o valor e a importância dessa forma de cuidado para garantir os direitos e o bem-estar das crianças e adolescentes que dele necessitam.

 

Como Quebrar As Barreiras  Do Lar De Acolhimento

É Fundamental:

  • Conhecer a realidade e a diversidade dos lares de acolhimento no Brasil, que podem ser públicos ou privados, laicos ou religiosos, urbanos ou rurais. E que atendem crianças e adolescentes de diferentes idades, gêneros, etnias e necessidades especiais. 
  • Respeitar e valorizar o trabalho dos profissionais e dos voluntários que atuam nesses locais, oferecendo-lhes apoio, capacitação e reconhecimento. 
  • Apoiar e incentivar as iniciativas de fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários das crianças e adolescentes acolhidos, favorecendo a sua participação social, cultural, educacional e esportiva. 
  • Divulgar e sensibilizar a sociedade sobre a importância da adoção, especialmente de crianças e adolescentes com mais dificuldade de colocação, como os mais velhos, os irmãos ou os com deficiência. 
  • Combater os mitos e os preconceitos sobre essa forma de cuidado, promovendo uma cultura de respeito, solidariedade e inclusão. 

 

Os Desafios Da Estigmatização E Da Discriminação 

 As crianças e adolescentes acolhidos enfrentam diversos desafios relacionados à estigmatização e à discriminação na sociedade. O estigma é um processo de atribuição de características negativas ou indesejáveis a um grupo ou indivíduo, que leva ao seu isolamento, rejeição ou inferiorização. A discriminação é uma forma de tratamento injusto ou desigual baseado em características como idade, gênero, etnia, deficiência, orientação sexual, religião ou condição social. 

Algumas das formas de estigma e discriminação que afetam as crianças e adolescentes acolhidos são: 

  • O preconceito, que é uma opinião ou atitude negativa em relação a alguém ou algo sem conhecimento ou razão suficiente. O preconceito pode se manifestar em forma de piadas, ofensas, xingamentos, apelidos pejorativos ou comentários depreciativos. 
  • A exclusão social, que é a falta de participação ou reconhecimento de um grupo ou indivíduo em determinados espaços ou atividades sociais. A exclusão social pode se manifestar em forma de segregação, marginalização, invisibilidade ou falta de acesso a direitos e oportunidades. 
  • A violência física ou psicológica, que é a ação ou omissão intencional de causar dano ou sofrimento a outro ser humano. A violência física ou psicológica pode se manifestar em forma de agressão, abuso, assédio, intimidação, ameaça ou coerção. 

Essas formas de estigma e discriminação podem ter consequências graves para o desenvolvimento e o bem-estar das crianças e adolescentes acolhidos, tais como: 

  • Baixa autoestima, que é a avaliação negativa que alguém faz de si mesmo. A baixa autoestima pode levar a sentimentos de inferioridade, insegurança, culpa, vergonha ou desvalorização. 
  • Dificuldade de identidade, que é a falta de clareza ou consistência sobre quem alguém é ou quer ser. A dificuldade de identidade pode levar a conflitos internos, confusão, ambivalência ou alienação. 
  • Problemas de saúde mental, que são alterações no funcionamento psíquico que afetam o pensamento, o humor, o comportamento ou as relações interpessoais. Os problemas de saúde mental podem levar a sintomas como ansiedade, depressão, estresse pós-traumático, fobia social ou transtorno de personalidade. 

Portanto, é fundamental que as crianças e adolescentes acolhidos recebam apoio e proteção para enfrentar os estigmas e as discriminações que sofrem na sociedade. 

 

Um Exemplo Inspirador: O Lar Mãos Pequenas 

Nesse sentido, os lares de acolhimento têm um papel importante na promoção da autoestima, da identidade e da saúde mental desses sujeitos. Além disso, é necessário que haja uma mudança cultural e uma conscientização social para combater os preconceitos, as exclusões e as violências que afetam esse público.

Um exemplo de lar de acolhimento que vem realizando um trabalho exemplar nesse sentido é o Lar Mãos Pequenas, localizado na cidade de São Paulo. Fundado em 2010 por um casal de ex-acolhidos, o Lar Mãos Pequenas acolhe atualmente 35 crianças e adolescentes que foram afastados de suas famílias por situações de violência, abuso ou negligência. 

O Lar Mãos Pequenas oferece um ambiente acolhedor, seguro e afetivo para as crianças e adolescentes, que recebem alimentação, saúde, educação, lazer e acompanhamento psicossocial. Além disso, buscamos preservar a identidade e a história de vida de cada um dos acolhidos, respeitando as suas características individuais e culturais.

Ao apoiar o Lar Mãos Pequenas, você estará contribuindo para a superação dos estigmas sobre o lar de acolhimento e para a transformação da vida de muitas crianças e adolescentes que merecem uma chance de ser felizes. 

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